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Ave que morreu no Museu Goeldi estava aparentemente saudável, diz veterinário

A mutum-cavalo era uma moradora antiga do Parque Zoobotânico e apresentou sinais respiratórios apenas momentos antes de morrer na quarta-feira (11)

O Liberal
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A ave da espécie mutum-cavalo (Pauxi tuberosa), moradora antiga do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, que morreu subitamente após apresentar sinais respiratórios, estava em aparente bom estado de saúde, segundo relato do veterinário do museu, Antônio Messias Costa. A morte inesperada levantou suspeita de gripe aviária e levou o parque a suspender temporariamente a visitação ao público na quarta-feira (11). A​ previsão é de que os resultados dos exames laboratoriais saiam em até 72 horas.

“Tratou-se de um indivíduo, mutum-cavalo/Pauxi tuberosa, adulto, fêmea. Visto pela manhã aparentemente bem, e no início da tarde, prostrado, quando nos foi encaminhado. Apresentava ótimo estado nutricional, midríase (pupilas dilatadas) e sinal clínico de dispneia, vindo a óbito minutos após”, relatou o veterinário.

Messias afirmou ainda que não havia registros anteriores de doenças com a ave. “Há muitos anos nenhuma doença foi detectada nesse ambiente dada a sua amplitude, muito vegetado, e ao bom manejo sanitário e nutricional oferecidos”, destacou.

Segundo o veterinário, o comportamento clínico da ave, somado às características do ambiente onde ela vivia, compartilhado com outras aves aquáticas e ado por aves visitantes, levou a equipe a suspeitar de infecção pelo vírus da gripe aviária.

“As características de morte súbita de uma ave em ótimo estado nutricional, com sinais clínicos respiratórios, coabitando em um ambiente coletivo, onde há também várias aves aquáticas, bem como a presença de aves visitantes no telame do recinto [...] reforçaram a suspeita clínica”, explicou. “Vale dizer que este sinal clínico pode ser comum a outras patologias, mas considerando os casos já ocorridos e maior propagação da doença, esta é a medida correta, torcendo para que haja resultado negativo, obviamente”, acrescentou.

Precauções

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) foi acionada e realizou coletas de material da ave morta e de outras espécies do mesmo recinto. “Após a notificação o órgão sanitário estadual, ADEPARÁ, processou a coleta (swab da orofaringe) do animal que veio a óbito e de outras espécies que com ele coabitava”, afirmou Messias.

Sobre os riscos de transmissão do vírus, ele destacou que os profissionais que lidam diretamente com os animais são os mais vulneráveis. “Trata-se de uma doença de forte vínculo ocupacional, portanto técnicos e tratadores sofrem maior risco de contaminação. Esta é a razão de toda equipe tomar, de imediato, as medidas preventivas pertinentes, priorizando em primeiro lugar o homem e em segundo, os animais”, declarou.

A suspeita ocorre em meio ao avanço da gripe aviária em diversas regiões do país. Messias Costa destacou que locais abertos, como zoológicos e parques, estão mais expostos ao contato com aves migratórias, o que aumenta os riscos.

“Sem dúvida, quanto maior a propagação do patógeno maiores serão os riscos para as espécies de maior susceptibilidade. [...] Outro fator importante são os parques se localizarem nas rotas de aves migratórias, a exemplo do irerê”, explicou o veterinário.

Diagnóstico

Caso o diagnóstico seja confirmado, o museu manterá as ações sanitárias já em curso, como o uso de equipamentos de proteção individual, desinfecção de utensílios, suspensão de atividades em áreas periféricas e vigilância permanente do plantel.

“Serão mantidas as já tomadas, visando preservar a saúde humana e animal [...], separação e desinfecção de equipamentos e utensílios alimentares, suspensão de varrição nas áreas periféricas e, principalmente, a vigilância permanente sobre as aves”, disse Messias.

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